Nos últimos vinte anos, os profissionais de RH escalaram o organograma das empresas e conquistaram espaço nas decisões estratégicas. A área deixou de ser um reduto operacional para ter voz ativa nas organizações. Mas ainda existe um outro campo a ser explorado, quando o assunto envolve os conselhos de administração. De acordo com a reportagem da revista VOCÊ RH, a trajetória, embora de sucesso, não está totalmente completa quando se observam os conselhos.
Para ilustrar a inércia da situação, a reportagem cita um estudo da consultoria Booz & Company, realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). De acordo com o levantamento, demonstrou-se que praticamente não houve mudança de percepção sobre a importância do tema ao longo dos últimos oito anos.
Foram ouvidos 117 presidentes de conselho, conselheiros de administração, diretores-presidentes e diretores de relações com investidores de empresas com controle nacional e faturamento anual superior a 200 milhões de reais. Apenas 30% dos respondentes consideraram que o item “fator humano” deve estar entre as principais atribuições de um conselho de administração, ante um índice de 29% apurado em pesquisa semelhante realizada em 2003.
Uma porta de entrada para os conselhos pode ser aberta com a formação de comitês de RH, aponta a reportagem. Um fenômeno que já pode ser notado com mais ênfase no Brasil, pois 95% das empresas ouvidas pela pesquisa da Booz afirmaram possuir comitês de assessoramento, o que significa abertura de campo de trabalho para especialistas em RH dispostos a atuar como conselheiros.
A perspectiva é de que o RH ativo nos conselhos colocar o fator humano à frente das decisões sobre fusões e aquisições, códigos de conduta e até nos planos de contratação e demissão.
Sobretudo, para transpor essa porta, não basta uma sólida e bem-sucedida carreira na gestão de pessoas em grandes empresas. Bem como é preciso também ter conhecimentos de finanças, contabilidade, aspectos jurídicos, gestão de crise, controle de riscos e do mercado nacional e internacional, exigência feita a qualquer conselheiro para que possa participar efetivamente de todas as discussões e cumprir a contento o papel que lhe cabe.