Saiu na Época Negócios que o dia da Avaliação de Desempenho é tido como um dia de angústia tanto para o líder quanto para o liderado. A reportagem na íntegra aborda quais são os fatores que influenciam na angústia sentida.
Nós da SER queremos saber: Você colaborador da empresa passa por momentos assim? E você profissional de RH, quais são as práticas que podem melhorar esse processo?
Avaliação de desempenho é “Dia da Angústia”
7:00, 12 12 UTC ABRIL 12 UTC 2011
CARLOS FACCINAAVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, CARREIRA, GESTÃO TAGS:AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, CARREIRA, GESTÃO
Você conhece o “Dia da Angústia”? Acontece normalmente nos meses finais do ano, quando líder e liderado realizam a avaliação de desempenho (em alguns casos, chamada de gestão de desempenho). A angústia está relacionada a vários fatores, mas os principais podem ser facilmente apontados:
- O que deveria ser um processo contínuo ao longo do ano é feito em curto espaço de tempo, sob a pressão do calendário de final do ano, provavelmente encarado como uma exigência (quase ameaça) burocrática do departamento de RH;
- Durante o ano, os objetivos quantitativos estabelecidos podem ter sido afetados pela situação econômica, retração de consumo, agressividade da concorrência, entrada de novos concorrentes, entre motivos não previstos. Contudo, os indicadores não são revistos;
- Com exceções, o avaliado não recebeu informações sobre o andamento do trabalho. O mais comum éprevalecer apenas a cobrança;
- Da parte do avaliado, não houve uma atitude proativa em busca de informações, orientações, ou mesmo postura crítica em relação a possibilidade ou não de cumprimento dos objetivos;
- O dia a dia massacrante subverteu todas as possibilidades de reanálise e de diálogo entre as partes.
O momento mais importante do ano acaba por se transformar numa atividade burocrática, temperada por insatisfação e angústia. A oportunidade rica para planejamento e desenvolvimento, documento básico para remuneração, carreira e bônus, transforma-se num processo de conflito entre avaliador e avaliado.
A pergunta que fica no ar é: como algo tão importante na gestão acaba ocupando um lugar secundário na agenda dos gestores?
Por mais paradoxal que possa parecer, a gestão está mais presa a obtenção de resultados. Os meios para obtê-los acabam não sendo valorizados como se deveria.
Uma empresa não se parece e não quer parecer uma entidade educacional. Infelizmente, parte-se do princípio que os colaboradores estão suficientemente formados e orientados para os resultados esperados. A medida que a competitividade cresce, os instrumentos usados para competir devem mudar com a mesma velocidade. Para que isso ocorra, novas formas de atuar e de pensar são cada vez mais exigidas.
A avaliação de desempenho poderia ser um ponto de partida e de chegada dessa reflexão. Para isso, vamostransformar gestores em educadores e a avaliação deixará de ser um instrumento de tortura e passa a ser, seguramente, um espaço de diálogo e orientação.