Por que é tão difícil deixar uma marca? O que diferencia as pessoas bem-sucedidas das demais pessoas? O que levaria seus amigos e clientes a comprar aquilo que você oferece? Qual é o seu diferencial competitivo? Como você está construindo a sua marca pessoal?
Há mais de 400 anos, Miguel de Cervantes deixou registrado em seu clássico Dom Quixote: “Mais vale um bom nome do que muitas riquezas.” Em versão um pouco diferente de Cervantes, Dale Carnegie, autor do best seller Como fazer amigos e influenciar pessoas, afirmou o seguinte: “O nome de uma pessoa é para ela o som mais doce e mais importante que existe”.
Significa dizer que o ativo mais importante de uma pessoa é o seu nome, aliado a uma boa reputação que proporciona relacionamentos saudáveis, satisfação pessoal e felicidade. É a sua marca pessoal.
Na prática, cada pessoa é uma marca, representada pelo seu nome, sua aparência e sua história pessoal. Essa marca é formada por uma série de características associadas à sua personalidade, interesses, atividades, amizades, família, aparência pessoal, ativos, capacidades e profissão.
Segundo Roberto Álvarez Del Blanco, autor de “Você: Marca Pessoal”, sua marca irá afetar a percepção e influir em todos os seus relacionamentos e, cá entre nós, quem é quem não gosta de se relacionar com outras pessoas caracterizadas e reconhecidas como “boa” marca?
Cada vez que trocamos o nosso dinheiro por um produto ou serviço, seja ele qual for, depositamos toda confiança de que o valor recebido é proporcional ao que está sendo oferecido. Acreditamos naquela marca ou na pessoa por trás da marca, portanto, comprar também é um ato de fé.
Quando se trata de marca, vale a reflexão: a marca que você defende oferece valor? Você acredita piamente no produto ou no serviço que representa? Você recomendaria aos outros os produtos e os serviços da sua empresa? Você compraria os serviços que você oferece?
Para Del Blanco, a marca pessoal é o acúmulo de tudo o que a pessoa já fez, está fazendo ou irá realizar. Toda atividade, todo incidente, presença ou interação afetam a marca, portanto, quer a pessoa tenha consciência ou não, ela deixará o impacto em sua trajetória pessoal.
Da mesma forma, aos olhos do consumidor, a marca da sua empresa é o acúmulo de experiências relacionadas ao bom desempenho dos produtos e serviços que ela oferece, aliado a uma série de vantagens competitivas que o seu público é capaz de distinguir.
De acordo com Joaquim Lorente, publicitário espanhol, se você não penetrar nos cérebros das pessoas, se diluirá nas atmosferas. Em síntese, se você não estabelecer um posicionamento correto na mente do consumidor, jamais obterá sua aprovação.
Você pode ter o melhor discurso, a melhor aparência, o conhecimento específico, as melhores instalações e até mesmo o capital necessário para fazer o negócio decolar, mas se não criar valor na mente do consumidor, sua marca nunca terá a consistência necessária para prosperar.
Pense nas marcas de produtos que você gostaria de consumir ou até mesmo nas pessoas que você admira: Apple, Steve Jobs, Sony, Akio Morita, Honda, Soichiro Honda, Alfajores Havanna, Cacau Show, Kopenhagen, Ferrari, Montblanc, Victor Inox e tantos outros. Quanto valor agregado!
Por trás de um produto ou serviço admirável existe uma filosofia de vida, construída mediante o exercício de uma disciplina ferrenha que propiciou ideias e ações orientadas para a criação de valor ao consumidor. A marca é consequência direta das ações que você imprime para obter sucesso.
Para chegar aonde chegaram, o que prevaleceu ao longo da história foi a certeza das decisões corretas, ainda que para isso fosse necessário escutar muitos e ignorar todos, em momentos de absoluta solidão e desespero.
Ao longo da sua existência, de maneira correta ou equivocada, você vai construindo a sua marca pessoal. Você passa por momentos de plenitude e de dúvida, ciclos de euforia e de temor, altos e baixos, satisfação e contratempo. A sua marca é o somatório das suas experimentações, boas e ruins que, no fim da história, conquista uma posição na mente do público.
Você já esteja cansado de me ouvir falar, não custa lembrar outra vez a máxima de Jack Trout e Al Ries, em seu fantástico livro Posicionamento: a batalha por sua mente: “Quem quer ser tudo para todos, acaba não sendo nada”.
Embora você tenha inúmeras competências ou habilidades, você será lembrado por apenas uma delas, a que for predominante na mente das pessoas, portanto, muito cuidado com o que diz, faz e escreve.
A estratégia de posicionamento da sua marca depende de uma série de respostas para as seguintes questões:
1 – O que você veio fazer no mundo?
2 – O que você tem a oferecer de bom para a sociedade?
3 – qual é a imagem que você quer deixar quando for embora?
Se você sabe exatamente o que quer da vida (vocação), o que você pode oferecer de bom (valor) e como você gostaria de ser lembrado ao encerrar a jornada na Terra (legado), não há o que temer. Como diz o próprio Lorente, se você não oferecer o céu, nunca terá seguidores.
Por fim, lembre-se, nenhuma outra marca pessoal pode ocupar o seu lugar. Crie o seu próprio estilo de vida, único e perceptível para os outros, e saiba que o mais importante na caminhada não é saber onde você se encontra, mas em que direção você está movendo-se.
Pense nisso e seja feliz!
Por Jerônimo Mendes para o RH.com.br