Falar sobre igualdade nas empresas, seja ela de gênero ou racial, ainda é tabu. Apesar de estarmos em constante evolução, a realidade é que ainda temos um longo caminho pela frente para ajustar o discurso sobre valores e ideais a favor da diversidade com o que realmente acontece dentro das empresas. E isso é extremamente importante, principalmente para o engajamento dos colaboradores.
Criar um ambiente plural é essencial. Quando falamos sobre diversidade nos referimos tanto àquela baseada em características (etnia, gênero, idade ou nacionalidade), quanto a atrelada a forma de pensar, aos ideais e a perspectiva de mundo formada pela cultura de cada pessoa. Mas, o que isso tem a ver com o engajamento dos colaboradores e o sucesso das empresas?
Bem, em um estudo feito pela Harvard Business Review em 2013, mais de 1,8 mil profissionais ouvidos e 40 estudos de caso realizados pela revista revelaram que quando uma equipe de funcionários tem pelo menos uma pessoa da mesma raça/etnia do cliente, esse time tem 152% chances a mais de compreender melhor o cliente.
Então, só o fato de ter uma equipe diversificada já é o suficiente? Não, e vamos explicar por que é preciso muito mais. Além deste, conheça outros 4 maiores desafios no engajamento dos funcionários.
O verdadeiro desafio
Ainda que as empresas estejam dispostas a tornar suas equipes mais diversificadas, abraçando o discurso de inclusão, não basta fazer só para cumprir um protocolo. Ou seja, apenas para mostrar que a companhia tem uma conscientização. Mas sem, realmente, incluir as pessoas, debater, trabalhar para que todos sejam ouvidos e tenham oportunidades iguais de crescimento e sucesso, sem favoritismo, simplesmente pela competência.
Entendemos, então, que o grande entrave para as empresas ainda é alinhar seus ideais, com o que realmente fazem. Certamente, isso afeta diretamente no engajamento dos colaboradores e, consequentemente, nos resultados da empresa.
Um estudo sobre igualdade de gênero realizado pela PwC mostrou que, apesar do assunto estar inserido na agenda de CEOs globalmente, muitas organizações ainda têm dificuldade em tornar a diversidade e a inclusão uma realidade. Dez mil entrevistados que fazem parte da geração Y, também apontam o problema. Para 71% deles, as organizações falam sobre o assunto, mas ainda não criam oportunidades iguais.
Igualdade de Gênero
Há algumas décadas era impensável mulheres trabalhando em cargos de liderança em diversas profissões simplesmente pelo fato de serem mulheres. Na concepção social, não estarem no mesmo nível intelectual dos homens ou porque, para uma sociedade patriarcal, o papel destinado à elas era apenas o de mãe e cuidadora do lar.
Um bom funcionário deve ser avaliado pelas suas competências, pelo cumprimento de metas e pelo desenvolvimento bem-sucedido de um trabalho, e não pelo seu gênero. Conheça 6 tipos de competências que podem te ajudar na hora de montar uma avaliação mais justa.
Desde a década de 60, muito foi conquistado, mas o estudo The female millennial: a new era of talent, elaborado pela PwC, mostra que, apesar de terem alcançado níveis mais elevados de educação formal e de estarem mais confiantes sobre a própria capacidade profissional, as mulheres ainda ocupam menos de 5% dos cargos de CEOs no mundo.
Também, segundo pesquisa feita no ano passado pela revista Fortune, as mulheres ocupam apenas 11% dos conselhos das grandes empresas globais (GMI Ratings’ 2013 Women on Boards Survey).
No Brasil, o cenário não é muito diferente, elas representam apenas 37% dos cargos de direção e gerência. No topo, nos comitês executivos de grandes empresas, elas são apenas 10%. Os dados são do Pnad/2015 e Consultoria de RH Oliver Wyman.
Mulheres e homens na mudança
A companhia que traz com ela valores de igualdade, equidade, valorização do trabalho e princípios de meritocracia deve colocar isso em prática. Para promover a igualdade de gênero, uma solução simples, mas que pode mudar toda uma cultura, é usar os esforços tanto para criar políticas que ajudem as mulheres, dando mais treinamentos, reconhecimento e confiança em grandes responsabilidades, quanto para trazer os homens para o debate.
Pesquisa
Em uma pesquisa feita pela professora de psicologia da Universidade Villanova, nos Estados Unidos, Katina Sawyer, e pela presidente da LLC (Executive Leadership Strategies), Anna Marie Valerio, notou-se que qualquer solução que envolva apenas 50% da população, muito provavelmente, terá sucesso limitado. Envolver homens é necessário, principalmente nas empresas, onde eles poderão:
- Usar sua influência para tornar a cultura do ambiente de trabalho mais igualitária em relação ao gênero;
- Considerar a inclusão de gênero como parte de um processo efetivo de gestão de talentos;
- Oferecer treinamento e orientação sobre igualdade de gênero;
- Praticar a liderança voltada para o outro e não para si mesmo;
- Dar voz, confiança e apoiar o trabalho de colegas sem minimizá-las.
Estes são alguns pontos que devemos repensar para trabalharmos juntos, fazermos valer os valores da empresa e nos aproximar da igualdade de gênero. Saber ouvir, reconhecer e incentivar o trabalho de mulheres é um exercício diário nas empresas. A capacidade não limita-se ao gênero, é necessário dar chances e buscar um time diversificado, dando oportunidades iguais. Isso motiva os colaboradores e faz com que eles acreditem na empresa.
Mas, além da igualdade de gênero, temos um outro grande obstáculo a vencer, o preconceito racial. Ele que impede que a igualdade se estenda à outras etnias, principalmente à população negra. Os dados sobre desigualdade racial nas empresas chamam ainda mais atenção e apontam para um problema social grave, que se estende para dentro do ambiente de trabalho.
Igualdade racial
Tanto as mulheres quanto os negros entraram no mercado de trabalho bem depois dos homens brancos, e isso tem um impacto até hoje nas companhias. Ainda é comum ver cargos de chefia formados apenas por homens brancos, afinal, historicamente a liderança sempre foi assim e a “tradição” continua. E quando falamos sobre representatividade, devemos pensar em como isso pode afetar a vida dos colaboradores, dos futuros talentos e dos clientes.
Atualmente, a população negra é maioria em cargos de aprendizes e trainees. Mas quando analisamos os cargos superiores, os trabalhadores brancos superam o número de negros. Em um estudo realizado pelo Instituto Ethos e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento constatou-se que os negros estão presentes em apenas em 6,3% dos cargos gerenciais, comparados com 90,1% de brancos. Já no executivo, apenas 4,7% dos colaboradores são negros, em comparação com 94,2% dos brancos.
Porque a diversidade importa
Como já falamos acima, representatividade importa para os colaboradores, para os clientes e para toda a sociedade. Uma empresa que se esforça para cumprir com seu trabalho a favor da igualdade de gênero ou racial tem consciência social e atrairá cada vez mais talentos. Assim, construindo equipes engajadas que buscam sempre o sucesso.
Em 2016, uma análise de índices de diversidade de gênero e raça das lideranças, feita pela McKinsey & Company com 366 grandes empresas dos EUA, Canadá, Reino Unido e América Latina apontou que companhias com altos índices de diversidade de gênero têm 15% mais probabilidade de obter resultados acima da média do seu ramo do que empresas com baixos índices de diversidade.
Cultura organizacional
A cultura da empresa não muda de forma imediata, mas a construção de um ambiente acolhedor e de igualdade deve ser diária. Seja desenvolvendo treinamentos sobre diversidade, trabalhando melhor o recrutamento, debatendo e aumentando o engajamento dos funcionários ou desenvolvendo outras ações que ajudem a criar um ambiente de trabalho que valoriza e aproveita a diversidade de verdade.
Você sabe o que é cultura organizacional? Entender a importância dela e como ela impacta na sua empresa é essencial para melhorar a sua gestão de pessoas. Neste texto você se aprofundará sobre cultura organizacional e entenderá porque ela é necessária.
Uma empresa que tem valores e sabe colocá-los na mesa para os colaboradores tem mais chances de ganhar funcionários legais, fiéis. Logo, dispostos a fazer a diferença junto com a companhia que acreditam que faz a diferença.
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