Entenda nesse artigo a relação entre trabalho e saúde mental e prepare seu RH para equilibrar essa balança.
Em janeiro deste ano, a síndrome de burnout passou a ser considerada doença ocupacional e foi inclusa no CID (classificação internacional de doenças) pela OMS (organização mundial de saúde).
Essa nova classificação, se deve ao fato dessa síndrome estar relacionada ao esgotamento em decorrência da sobrecarga emocional do trabalho e levanta um alerta: até onde a empresa é responsável pela saúde mental de seus colaboradores?
Certamente, essa é uma preocupação para o setor de recursos humanos, considerando que o RH 5.0 já entende como responsabilidade desse setor o cuidado holístico com o colaborador.
Ao longo dos anos, o setor de recursos humanos foi se afastando do papel burocrático e operacional, para assumir a responsabilidade pela humanização das relações de trabalho. Entre processos de recrutamento, seleção, benefícios e desenvolvimento de talentos, o RH passou a cuidar do ambiente organizacional, oferecendo no employee experience uma jornada de cuidado e satisfação para o colaborador.
Portanto, a saúde mental se tornou uma importante pauta de discussão no cenário organizacional. Cabe a liderança e ao RH entender a importância desse assunto e qual seu impacto nas relações humanas dentro da organização.
Nesse artigo vamos tratar sobre a importância da relação trabalho x saúde mental e de que forma o setor de recursos humanos pode atuar na promoção de um ambiente que minimize o adoecimento do trabalhador.
Quer entender melhor? Acompanhe com a gente!
A importância da saúde mental no trabalho
O conceito de saúde mental diz da capacidade que o sujeito tem de administrar situações do dia a dia, sejam elas adversas ou não. É o estar bem consigo e com as outras pessoas.
Assim sendo, dentro das relações de trabalho, a saúde mental está relacionada com o autoconhecimento que o sujeito tem de suas habilidades, sua capacidade de desenvolver atividades de maneira produtiva e dessa forma contribuir para o trabalho em equipe e para a sociedade. É ele se reconhecer de forma positiva e produtiva, como ser social.
Fato é, que essa é uma realidade cada vez mais distante dos ambientes organizacionais. Principalmente nos dois últimos anos, em decorrência da pandemia do Covid-19 e as incertezas que assolaram o mercado de trabalho.
Cada vez mais os trabalhadores passam a desenvolver transtornos emocionais como ansiedade, depressão, estresse, relacionadas as pressões do trabalho e até o medo do desemprego. Daí, ao desenvolvimento da síndrome de burnout é um caminho algumas vezes por demais acelerado e que muitas vezes passa despercebido pela empresa, liderança, pares e até pelos familiares.
Dessa forma, o que muitas vezes é encarado como desinteresse, improdutividade ou desmotivação, pode sim, ser um adoecimento que se instala e compromete o desenvolvimento profissional de um colaborador.
O resultado? Perdas significativas para a empresa, para o colaborador e para a equipe.
Portanto, podemos afirmar que sim, a saúde mental dos colaboradores faz parte de um conjunto de responsabilidades do setor de recursos humanos e precisa de cuidado e intervenção desse setor.
O que faz o trabalhador adoecer?
De forma geral, as causas de adoecimento no trabalho, estão relacionadas ao ambiente organizacional. Elas são diversas, mas as principais podem ser:
- Acúmulo e sobrecarga de trabalho;
- Ambiente de trabalho hostil com exigências incoerentes;
- Falta de transparência por parte da empresa quanto as expectativas do colaborar;
- Falta de direcionamento do colaborador;
- Comunicação ausente, deficiente ou tóxica;
- Mudanças organizacionais mal administradas etc.
Certamente cada ambiente organizacional tem seus pontos críticos, que podem ou não estar relacionados com os apontados acima. Cabe ao setor de recursos humanos fazer a gestão do clima organizacional, prevenindo e corrigindo ações e comportamentos que possam levar ao desgaste da saúde mental de seus colaboradores.
Os impactos do adoecimento no trabalho
O simples fato de o colaborador adoecer no trabalho deveria ser de longe a maior preocupação da empresa e do setor de recursos humanos. Afinal, seus impactos não estão limitados aquele colaborador adoecido.
Os sintomas de seu adoecimento, muito antes de levar a um diagnóstico, acaba por impactar de forma negativa os pares, equipe e até clientes. Ou seja, um único colaborador adoecido pode tornar o clima mais pesado, e acabar por influenciar a performance de toda a equipe.
Só para exemplificar, quanto maiores os índices de adoecimento, maiores os índices de absenteísmo. Ou seja, colaboradores constantemente ausentes, acabam por sobrecarregar seus pares, promovendo um ambiente favorável à desmotivação, erros, negligências e a outros colaboradores doentes.
Além disso, podemos citar ainda os custos médicos e até os recursos utilizados em novas contratações para substituir, ainda que temporariamente, um colaborador que adoece.
Sendo assim, é preciso que o setor de recursos humanos tenha estratégias de investimento na saúde mental dos colaboradores, construindo junto com a equipe um ambiente de trabalho mais equilibrado e saudável.
De que forma o RH pode ajudar a transformar o ambiente organizacional?
A atuação estratégica do RH na gestão de pessoas precisa ter como foco o colaborador. Além de seu desenvolvimento profissional é muito importante que as ações desse setor levem em consideração o bem-estar físico e emocional das pessoas.
Pensando nisso, preparamos algumas dicas de como o RH pode ajudar a promover um ambiente mais equilibrado e que promova a saúde física e mental da equipe.
1 – Comece pela pesquisa de clima
Qualquer que seja a ação a ser realizada, ela precisa ser coerente com a realidade da empresa. Ou seja, para entender essa realidade, a pesquisa de clima é uma importante ferramenta.
Através dela, o RH pode entender quais são os pontos críticos a serem tratados e propor ações focadas nesses pontos críticos. Na maioria das vezes o adoecimento pode estar ligado a uma liderança mal preparada ou um ambiente opressor.
Logo, a pesquisa de clima permite mapear os pontos de insatisfação e se necessário é possível aplicar uma pesquisa de pulso para tratar assuntos mais específicos.
Portanto, comece ouvindo as pessoas!
2 – Prepare sua liderança
Se o RH é o responsável pela proposta de ações que tornem o ambiente organizacional mais equilibrado, é a liderança que promove essas ações. Portanto, prepare seus líderes para atuar de maneira empática e próxima dos liderados.
Afinal, a liderança é fator primordial para o engajamento e motivação da equipe. Líderes bem treinados são inspiradores e estão preparados para orientar e apoiar a equipe frente as dificuldades do trabalho
3 – Promova uma cultura de valorização das pessoas
Certamente um dos maiores motivos que levam ao adoecimento é a falta de reconhecimento no trabalho. Portanto, a melhor maneira de estabelecer um ambiente de satisfação é promovendo uma cultura de valorização.
Portanto, invista em processos de avaliação de desempenho, feedback e programas de reconhecimento.
Vale também investir em programas de benefícios competitivos e flexíveis, permitindo com isso que seus colaboradores escolham o que melhor de adeque a realidade dele. Com isso sua empresa promove o sentimento de pertencimento e valorização da equipe.
4 – Adote o trabalho híbrido
A rotina de trânsito, deslocamento e até as poucas horas dormidas podem ser fatores fortemente de adoecimento. Sendo assim, uma boa forma de investir na saúde mental de seus colaboradores é oferecendo o trabalho híbrido.
A possibilidade de trabalhar alguns dias em home office, longe da correria do trânsito e até a oportunidade de poder dormir um pouco mais, podem contribuir para um clima de trabalho mais leve.
5 – Invista na saúde de seus colaboradores
O investimento em saúde mental vai muito além do financeiro. Ou seja, é possível conscientizar a equipe dos cuidados com a saúde integral fomentando práticas ao longo de todo ano.
O Ministério da Saúde já possui programas mensais de cuidados com saúde com temas já definidos, como Janeiro Branco (saúde mental), Maio Amarelo (prevenção a acidentes de transito), Outubro Rosa (prevenção de câncer de mama), Novembro Azul (prevenção do câncer de próstata) e Dezembro Vermelho (conscientização e prevenção a AIDS). O RH pode aproveitar esses programas e até criar cronogramas próprios, a partir do levantamento de necessidades de sua equipe.
Dessa forma, é possível conscientizar os colaboradores da atenção integral à saúde através da prevenção e cuidado médico.
Concluindo
A atuação do RH na conscientização da importância da saúde mental no trabalho passa não só pela divulgação do tema, mas também pelas ações por um clima organizacional mais saudável e promotor de bem-estar.
As relações de trabalho precisam estar no foco de atuação da gestão de pessoas, considerando que os ganhos são da equipe e da empresa.
Em suma, quanto melhor a gestão do clima, maior garantia de que a equipe será produtiva e o clima organizacional será de desenvolvimento e satisfação. Portanto, o setor de RH tem o desafio e a responsabilidade de desenvolver ações em employee experience que garantam um clima organizacional que promova a saúde mental de seus colaboradores.
O resultado é uma organização mais produtiva e com equipes altamente engajadas e motivadas na busca por resultados.
Entendeu a importância da saúde mental para seus colaboradores e empresas? Que tal conhecer ferramentas de gestão de pessoas que otimizem o trabalho do seu RH e permitam uma ação mais estratégica para esse setor?
Vem conhecer a SER! Entre em contato conosco e descubra as melhores soluções para fazer seu RH voar!
E se você gostou desse artigo, aproveita pra assinar nossa newsletter e receber diretamente no seu e-mail conteúdos surpreendentes como esse.
One Response